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NÃO SEI SE RESPONDI, MAS PENSEI QUE SIM.
NÃO SEI SE RESPONDI, MAS PENSEI QUE SIM.
Marília L. Paixão

Olho o pé que pisa a terra. Havia escrito em poucas letras uma palavra qualquer que se perdeu no vento. A noite não é fria como também não são os pensamentos, mas a noite nem sempre faz mágica.

De qualquer forma o dia pareceu fazer. E se o fez foi de forma simples, quase concreta. Engraçado como certas coisas evoluem mesmo contra a corrente. Tais coisas devem ser mesmo predestinadas a um final terno.

Enquanto isso no meio jaz muito bem o coração que segue o pé que pisa a terra. Terra de bandeira verde e centro amarelo. Terra com muros que não ergui, com jardins que não plantei e por ela e por tudo isso vai nascendo um livro.

Uma terra em que Dagger pisará junto comigo. Belo como se fosse um menino é Dagger. Belo quanto é belo um filho.  Olhava-me assustado quando sentia muito frio. Pulava alegre quando sentia calor. Possui tanta graça que eu não saberia escrever nem se tentássemos eu e você.

Hoje se eu pudesse eu contaria a Dagger todas as minhas façanhas. Mas eu bem que posso deixar para quando eu estiver mais perto de morrer que de continuar a viver. Pelo menos eu pude dizer a ele que o dia teve suas emoções e como eu parecia sorrir, ele me perguntou com o olhar se era um dia de sol quente dentro de mim. Não sei se respondi, mas pensei que sim.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 22/08/2008
Alterado em 23/08/2008
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