SERÁ QUE QUEM CONSENTE CALA?
SERÁ QUE QUEM CONSENTE CALA?
Marília L. Paixão
Estou tão triste que mesmo se eu tivesse um namorado delegado eu não mandaria flores para ele. Nem vou colocar a culpa nesta madrugada de coriza. Afinal, eu sou mais de acreditar que quem consente não cala e eu sou do tipo que nunca calei. De qualquer forma este texto não será sobre mim, pois pretendo com ele ver se me vingo do solitário tédio das narinas.
Talvez deva começar falando de coisas alegres como me foi sugerido mais cedo. Então eu sugeri falar sobre maçãs na fruteira. Elas sempre têm a aparência de belas e felizes mesmo não estando gostosas. Outra coisa que me deixa feliz são minhas bandeiras, mas já tenho falado muito sobre elas.
A vontade mesmo é de falar de areia. Areia nos olhos ou pimenta. Talvez fenda. Ou então falar sobre o que nos incomoda. Já vou eu falar sobre peso? Confessar que não tenho subido o morro que tanto ia me deixar esguia? Pois é?! Fui inventar um carro em minha garagem para quê?
Bem que a minha tristeza poderia ter passado ao ler o lindo texto da Maria Olímpia ou podia usar a receita e esquecer certas coisas, mas hoje certamente foi um péssimo dia de agosto, exceto pela volta da Mônica ao recanto e pelo carinho das pessoas que se prontificaram para ajudar a resgatá-la.
De qualquer forma eu também me preocupo com as pessoas que se deixam abalar facilmente por coisas que são tão normais como pastas de dente. Mas com o tempo essas pessoas vão adquirindo novas ciências e perceber que tudo é igual para diversos seres até o ser ou não ser shakespeareano enquanto eu apenas sei ser maríliana e nada devo a quem não me ama.
Mas e o assunto alegre? Se eu conseguir transpirar bastante hoje me sentirei alegre, me sentirei mais leve e vou evitar pensar que uma irmã minha anda infeliz. Se ela soubesse o tanto que não mais consegui ser feliz depois que ela me ligou. Também por que é que temos tanto gosto por certas pessoas e quando elas não estão bem elas acabam nos contaminando com o mesmo vírus da infelicidade?
Faltam apenas quatro dias para o agosto acabar e eu falei tão bem dele! Por conta disso briguei com meu amor e ele desandou. Bem fiz eu que fingi que não ligava. Deixo sempre a porta encostada caso ele mude de idéia e entenda que tudo que preciso é de um tempo e depois muito carinho e dengo.
Agora eu só quero silêncio nesta madrugada. Mas lembrem-se: dependendo do caso, quem consente não cala.
Mas deixarei para falar disso outro dia. Ah! Eu já vivi foi muito nesta vida e nenhuma malícia me abala. Sem mais, visto todas as minhas bandeiras e se não visto a do arco-íris é que faz tempo já descobri que adoro verde.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 26/08/2008
Alterado em 26/08/2008
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