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AINDA É MADRUGADA?
AINDA É MADRUGADA?
Marília L. Paixão

Se é ou se não é vou tentar escrever assim mesmo. O importante é que seja manhã. E o que importa agora talvez eu nem saiba dizer.
Deveria calçar direito as sandálias e pisar com o tal do pé que é certo e do lado certo da cama coisas que a superstição proclama, mas nada disto consta em meus rituais de tantos anos de vida. O que deles eu sabia e que em minha memória sempre repercutia era: “não coloque o pé descalço no chão frio”. Coisas de pai e mãe...

Agora vamos para as coisas do mundo. Não para as coisas do meu cheio de chão pó e poeira mineira. Vamos para as coisas do mundo da Zélia Maria Freire. Mas como é que eu vou saber das coisas do mundo dela? Quanto mais eu a leio, mas eu me perco na imensidão. O Leo de La Volpe não deve ficar muito perdido de tanto que ele é um moço viajado. Ele deve ler a Zélia e entender tudo de fato. Eu quando a leio fico tentando entender de sonhos.

Como será que seria o caminho das índias? Negros como a noite que não tem luar e com lábios de rosas para mim sorrindo? Ao invés de ir descobrir numa enciclopédia, aproveito o que passa em minha memória de músicas velhas. Mesmo sabendo que o país é uma coisa e os cabelos das índias são outras. A Alanis também gosta da Índia, Zélia. Uma vez ela passou um ano lá para descansar do sucesso de um dos seus CDs.

Por quanto tempo vou ficar fugindo do assunto que me fez abrir essa página? Eu poderia ir lá fora ver se tem estrelas no céu da manhã e me contentar com o sol que despachou a chuva. Eu poderia invocar o próprio Deus para que me desse uma seleção bem especial de palavras para agradecer com a mesma humildade que sempre teve Gandhi ou simplesmente com a que às vezes tenho. Mas o que entendo eu do poder das palavras para conseguir escolher as certas?

Ainda é manhã Zélia e talvez por isso peço a você mesma que me ajude me lendo com a parte manhã do seu coração enorme feito a sabedoria do mundo que você descreve.  Que a minha sabedoria pequena saberia por fogo num feixe de lenha para com a fumaça tentar alcançar outros ares, mas com o objetivo de alcançar você. Alcançar você por si só e lhe agradecer...

- Fala para ela que a sua fumaça vai longe!  - Como é que é?! - Fala para ela que a fumacinha vai longe! - Por onde você andava Dagger?!  Você está sujo! Não tem tomado banho?! Parece da cor da cidade...  - Eu estava acompanhando a fumaça              - Estava provando os incensos da Índia. – Dagger este texto é sério depois a gente conversa.

Como vê Zélia até o Dagger fica impressionado com as coisas que você sabe dizer. Este menino falta pouco para viajar mais que eu, mais que o Leo, mais que você, que pensa tão belo das coisas que escrevo. Sabe Zélia, da vida mal sei o começo, mas queria que soubesse o quanto estou agradecida, o quanto estou feito fumaça para que minha gratidão de onde você estiver você sinta.






Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 14/09/2008
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