OFEREÇO AO SEU PENSAMENTO
Marília L. Paixão

Choram nesta manhã os meus braços e pernas. Choram os meus olhos, meus brilhos foscos vanishing pelo meu rosto. Choram as ruas em que brilham diferentes temperaturas do sol. Tudo está em pranto nesta manhã de segunda-feira tão ocupada.

Meus olhos da alma, até eles proibidos estão de se preocuparem com as mazelas do mundo. Não receberia o carteiro, o jornaleiro e sequer o mail box do telefone. Não andarei de bicicleta, nem tentarei fotografar os meninos do meu terreiro. Hoje eles me acordaram muito cedo e ainda assim não entendi nenhum pio.

Cobri a cabeça com os dramas de outros casais. Devem existir dores que viajam longe demais. Não, eu não quero! Bastam as minhas e ando bem de saúde, ando bem de amor, ando bem entupida de nada doce trabalho, mas sempre provém guarida. Mas antes do Final End por que não fazem uma viagem de fim de mel? Reconheçam nesta minha sugestão uma contribuição para melhores dias. Olha que sou uma pessoa de percorridas milhas no amor e na dor do tal do amor, por isso entendo de choros e malas partidas.

Para não dizer que o dia seria de todo neutro e coberto de lágrimas acordei felicitando uma aniversariante dessas que o ano ao passar nos garante que certas pessoas apenas melhoram por dentro e por fora. Aproveitei e mandei uma dessas mensagens que são destinadas à parte de dentro, se bem que a parte de fora também é um contento.

Agora volto a chorar que já desejei minha parte de alegria. Agora volto a chorar que vou me devolver para o meu perdido dia. Adeus linhas de flores que não poderei colher. Adeus olhos dos outros que o brilho não poderei ver. Adeus leitores de sense e sensibitity preciosas. Lembre-se que eu sou apenas o olho que chora e que vocês possuem os olhos que adoram.

Não a mim! Mas ao vento. Não a mim! Mas às flores que invento. Não ao meu choro, mas a cada nova cor que ofereço ao seu pensamento.