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REPETIÇÕES DE DESGRAÇAS
REPETIÇÕES DE DESGRAÇAS DOS FILMES BRASILEIROS
Marília L. Paixão

Depois que escrevi a crônica sobre O FILME QUE EU NÃO VI, muita gente vai ficar pensando que eu adoro é filmes românticos e melosos. Que tudo que é água com açúcar, eu gosto. Aqui vou eu desfazendo esta errada impressão que possa ter ficado. Eu gosto mesmo é de filmes que mostram a vida como ela é ou como pode ser. Gosto de tudo que tem sabor do que acontece ou poderia acontecer. Mas gosto dos sabores recheados com coisas bonitas. E outra coisa que não é novidade, é que as coisas como elas são aqui no Brasil, não são de agradar muito. Portanto para um filme brasileiro tudo depende do dia. Se o dia é triste um filme brasileiro pode deixar a gente até um pouco deprimida piorando nosso estado de espírito ainda mais. Exceto filmes como "Se eu fosse você..." Afinal, tudo que tem Tony Ramos eu gosto.

E quando falo filme americano estou na verdade me referindo a qualquer filme estrangeiro com qualidade. Olhem por exemplo à safra dos filmes do Woody Allen depois que ele se apegou à Scarlett Johansson? Quantas vezes terei que mencionar MATCH POINT? E agora já está em cartaz Vicky , Cristina e Barcelona com a mesma moça. Mas reforçando que eu gosto de filmes diferentes e com realidade o filme brasileiro que adorei é O REDENTOR. Também gostei muito de A PARTILHA.

Voltando aos filmes americanos eu também não me canso de recomendar BABEL. E outro filme sobre uma autista que merece a nossa atenção é CERTO OLHAR. Nem preciso dizer que filmes como BELEZA AMERICANA são filmes que merecem serem assistidos mais de uma vez. E aqui vai uma perguntinha: Quem não assistiu O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN, não assistiu por quê? Você assistiu CRASH no limite? Sobre este eu já tive muito a dizer. Quem quiser que confira em minhas resenhas.  Quer um exemplo de um dos piores filmes hollywoodiano que assisti? Sex and the city! Se você quer gastar um tempo com um nada versus nada ele é uma boa pedida.

E quem gosta de fantasia com uma doze de realidade mista tem um filmezinho de nada com Kim Basinger e Danny De Vito chamado A ÚLTIMA APOSTA que foi um drama leve e gostoso. Este eu também assistiria de novo depois de passado um tempo. Agora VALENTE "THE BRAVE ONE", com a Jodie Foster tem até um início muito lindo, já que no filme ela é uma cronista que escreve crônicas sobre a cidade e as lê na rádio.

Agora me diga ai o que há de meloso nestes filmes? Vamos esclarecer uma coisa. As mazelas da vida humana numa cidade americana ou em inúmeras outras não têm que estar ligadas o tempo todo à máxima pobreza do ser. O problema é que em filme brasileiro, é difícil não ser. Para uma ou outra cena bonita temos que passar por uma maioria de cenas que já estamos cansados de ver nos noticiários, nos jornais e isto se você não guarda suas próprias lembranças de vida.

O filme TROPA DE ELITE mostrou, por exemplo, do que a gente já imaginava ou sabia, mas não via. Por isso todo mundo gostou de ver. É por ai... Agora outros filmes insistem em mostrar o que O CORTIÇO, digo o livro O CORTIÇO já cansou de mostrar. Então eu pergunto: qual é a graça? Não! Não há graça em ficar vendo repetições de desgraças. Muito melhor assistir O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS ou conferir o que se passará com Vicky e Cristina em Barcelona. Mas se nenhum destes títulos lhe chamou atenção, que tal ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ ou SANGUE NEGRO?  Nossa! Verá até onde vai a ambição humana e reserve o tempo que são filmes dos bons! Essas não são desgraças que se repetem, são as que não se perdem.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 17/11/2008
Alterado em 17/11/2008
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