ELE SORRI PARA TODAS AS LETRAS
ELE SORRI PARA TODAS AS LETRAS
Marília L. Paixão
Tenho lido por aqui muitas pessoas falando sobre a morte. Muitas outras sobre o motivo que as levam à escrita e também há os que definem o que é ser poeta. Não vamos nos esquecer que há os que defendem as técnicas da escrita. Ao mesmo tempo há os que aproveitam e choram livremente com a confiança que por aqui aparecerão ombros, olhos e faces que compactuam com todo tipo de escrita. E vamos deixar claro que até escritores já profissionais também tem feito isto. Cabe-nos pensar então que o recanto se transformou na própria casa em que cada um faz o que deseja, respeitando apenas o já proibido pelas normas do site?
Não há intenção de criar polêmica. Apenas reflito neste vago espaço da manhã que mal me pertencerá. Pois se eu for me analisar eu faço um pouco de tudo e devo ser criticada por muitos que talvez nem tenham o costume de comentar textos meus, fora os que comentam e possuem suas próprias opiniões independentes de gostarem ou não. Quanto a mim sou mais de reclamar que de chorar.
Afinal o que escrevo? Eu que muitas vezes como agora nem queria escrever. Fosse dar voz ao que queria eu faria novos tijolos com as letras e talvez os deixassem empilhados por aqui sem técnica nenhuma. E você faria o que com eles? Tropeçaria sobre eles? Resmungaria? Diria que a Marília L. Paixão estava merecendo um palavrão? Ou você iria reparar bem os tijolinhos e ver o que teria de bom ali?
O que estou querendo dizer com este bla-bla-bla todo?! Será que no recanto há o rei da rua? Será que há ditadura? Acho que não há. Até os que defendem o profissionalismo das letras o fazem com tanta delicadeza e educação que mais parece um pedido bordado em fino tecido e vem em formato de texto perfeitamente lindo. È admirável esta arte da escrita. Tão admirável que talvez eu jamais consiga fazê-la. Será que há ruas asfaltadas para os senhores que escrevem com excelência e há ruas sem asfalto para os que escrevem molhando a poeira das ruas? Ou estamos todos nos cruzando nas mesmas ruas e por isso elas parecem serem tão iguais?
Então fico pensando... Pensando... O que será que falta no recanto para a satisfação de todos? Será que deveria haver um teste antes do registro? Será que deveria haver um detector de textos que os selecionasse pelo gênero certo antes de ser publicado? Assim nenhuma poesia apareceria em crônica e nenhuma crônica apareceria em frases e etc. Estou apenas fazendo observações... Não sou eu a grande incomodada, é mais fácil eu ser uma das que incomodo. Aproveito, paro e penso. Quantas crônicas minhas não seriam crônicas? Quantas seriam consideradas prosas poéticas? Sem falar em cartas...
Estou só realçando que fazemos mesmo o que desejamos depois que nos acostumamos com este maravilhoso espaço. Somos negligentes? Somos! Estamos errados? Estamos!
Mas somos candidatos a profissionais de quê? O que nos faz reconhecer os erros e ainda assim não abrir mão de continuarmos ocupando o mesmo espaço? O que será que falta? Regras mais severas? Punição? O que será que nos levantaria do comodismo de continuar fazendo errado? Estou pensando tudo isto por que desejo acertar. Cabe a todos carregarem seus tijolos para o lugar certo se é o que todos desejam.
Nem tudo está errado e nem tudo tem que está certo na escrita. Mas realmente é fácil verificar que muitas mudanças são simples de serem feitas. Se por acaso eu sumir deste espaço pode ser que você me encontre em outro. Mas será um ir e voltar, pois me considero com habilidades diversas e não tenho medo dos gêneros. Mas não será por esses dias. Ando sem tempo para as letras descontraídas e divertidas. Anda sem tempo para as letras mais belas e para estas terei que deixar a profissão entrar em férias. De qualquer forma este texto é apenas uma conscientização do que precisamos fazer rever ou não.
Portanto permito-me pensar que os maiores erros por aqui cometidos são mais espontâneos que maléficos. São mais ricos que disléxicos e terá muito lirismo que não saberei onde por. Sofrerei da dor de descobrir meu lugar ou encontrarei meu lugar em todas as ruas asfaltadas ou não? Podem saber que cada vez chora menos o meu coração e cada vez bate mais por qualquer razão. Na verdade ele sorri para todas as letras. Fica este texto como convite OU incentivo à novas mudanças. Eu gosto de mudanças. Principalmente no olhar.
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NO TEXTO "O CAMINHO DAS FLORES MORTAS" DEIXO CLARO MINHAS CONCLUSÕES SOBRE ESTE MESMO ASSUNTO.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 23/11/2008
Alterado em 23/11/2008
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