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IMPRESSÕES SOBRE O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
IMPRESSÕES SOBRE O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
Marília L. Paixão

Fiquei tão impressionada com o filme O ESCAFANDRO E A BORBOLETA que fui deitar com a imagem do protagonista em mente. Pelas várias vezes que acordei durante a noite a história me voltava com suas cenas. Um homem vivendo quase morto podendo se lembrar da sua grande vida. Um homem se sentindo um nada depois de viver como um tudo. Um belo e poderoso homem reduzido a uma lacrimosa e saudável memória com um olho não tão saudável.

E para tentar lhe dizer que outro já vivera semelhante experiência veio um amigo lhe recordar de quando tinha sido preso em outro país. E até seu idoso pai dizia que também vivia um pouco como ele. Mas para ele comparação nenhuma se assemelhava ao que ele vivia. Passou a escrever o que sentia e o que via. E o fato era que não mais poderia barbear o pai ou a si mesmo. E tudo que via era menor que tudo que sabia.

Não mais podia se alimentar, falar, se locomover além do piscar dos olhos que usava para escrever. Mais um filme para nos dizer que grandes livros também são escritos no universo da dor e da renúncia da vida. O ESCAFANDRO E A BORBOLETA é daqueles filmes que nos faz apreciar todas as nossas habilidades, todos os nossos membros com ênfase na real importância de cada parte do nosso corpo.

Outra face importante do filme são os laços que criamos com seres que se tornam eternamente parte de nossas vidas e responsáveis por nossas motivações existenciais.
Seja com encontros ou desencontros estes seres se tornam imperdíveis e indispensáveis assim como a profunda reflexão na qual este tocante filme nos submete. Este filme não foi feito para ser ignorado por nenhum ser maior de uns tantos anos. Não deixe de vê-lo.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 11/01/2009
Alterado em 11/01/2009
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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr