Textos

GOSTO QUANDO ACHO QUE NÃO TENHO NADA PARA ESCREVER

Marília L. Paixão

Quando acordo assim pode saber que desenharei um novo sol sobre a terra. Um sol para mim e para você. Então imagino você sorrindo e são seus olhos querendo me ver.
E se eu pudesse realmente ver seus olhos eu os diria: Para que tanto sinal de atrativo? Para que tantas linhas abertas enquanto procuras desesperadamente um gesto apenas meu?

Mas as pessoas apaixonadas não se contêm e gostam de gritar para o mundo que amam. Talvez uma forma de expor que estão vivas em suas mais belas formas de encarar a vida e proclamam amor aos quatro ventos. Pronto! O redemoinho está formado e o amor de tanto ventar acaba sendo escutado como um grito rasgado. Amor do tempo do Romantismo. Mas depois veio o Realismo, Simbolismo e Modernismo. Será que os poetas também são assim? Como é que é ser poeta hoje em dia? Espera ai que vou ali dar um milho para a cutia.

No meu terreiro tinha um poeta sapo que escreveu que o amor é uma espera contente e que ele era feliz comigo todos os dias. Resolvi utilizar o mesmo graveto com o qual ele escreveu e deixei lá: eu também sou feliz com você todos os dias, meu amor!

Só assim o amor é tudo que você pode esperar dele.

Será que esta foi uma boa conclusão para este texto desocupado? Será que quem não tem o que escrever escreve sobre o amor? Será que todos os poetas vivem disto? Na falta de respostas para tantas perguntas bobas volto para o meu sapinho:
- Você sabe o que é ser poeta?
- É ser criativo com palavras curtas e sentimentos grandes.
- E você sabe o que é ser cronista?
- Ser cronista é ser um pouco de você.
- RS. RS... E você sabe o que é Eu te amo?
Foi a vez dele rir gostoso antes de responder:
- É só ser a gente.

www.recantodasletras.com.br/cronicas/1582549

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 17/05/2009
Alterado em 19/05/2009
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