ÉPOCAS DE NOVAS DELICADEZAS
Marília L. Paixão

Escrever pouco se torna muito quando bem escrito. Escrever muito se torna pouco quando o assunto é um desperdício de idéias vãs sem um que ou  porquê. Eu ando escrevendo de tudo quanto é jeito, pois o jeito depende do dia.

Hoje é meu dia de falar de indelicadezas, o que não me faz a senhora miss simpatia ou toda delicada. Em mim possuo todos os lados do pão, com direito à casca e ao miolo. Como vocês sabem, miolo pode ser mole e casca pode ser dura.

Será que hoje estou mais para o lado de fora ou para o lado de dentro? Mas quem disse que quero falar de mim? Quero falar é dos outros. Os terceiros que cruzam nossos caminhos, pois ninguém vive só, nem na rua, nem na chuva e nem no planalto central do país. Agora como todos sabem todos interagem com o mundo sem sair de casa.

Mas o que leva uma pessoa a gratuitamente relevar que não gosta de você mesmo dependendo de seus favores e fazendo questão da sua companhia? Cada caso engraçado... e numa época em que as pessoas adultas são cada vez mais soberanas, principalmente no mundo virtual.

Há vários filmes que tratam de questões em que o inimigo mora ao lado. Mas geralmente um inimigo sempre se fantasia de qualquer coisa para não parecer vilão. E atualmente os inimigos gostam de aparecer mais. Faltam pouco para erguerem a bandeirinha de inimigo avante...rs..rs... Como se mostrar inimigo lhe desse um prazer secreto mas não em segredo.

Então eu fico cada vez mais feliz com os amigos que tenho e quase não vejo os inimigos de ninguém. Se tenho algum, nem percebo! Lembro até um programa humorístico: Te conheço?
Não! Acho que não! Muito menos você me conhece. Eu sou aquela pessoa que escrevo fácil em poucas linhas e não perco nada do pão. Do miolo eu faço um coração e da casca as minhas cercas protetoras. Não temo palavras de metralhadoras e nem armas silenciosas. Qualquer hora é hora boa de morrer ou de rir enquanto as épocas de novas delicadezas ainda estão por vir.