AS LAVADEIRAS ESTÃO VOANDO
Marília L. Paixão
Vou me vestir de azul e pisar lá fora onde o verde mora. Se eu te encontrar é por que o branco não foi manchado com as cinzas que os outros deixaram pelo caminho. Todo dia eu acordo com a sensação de que cada vez me sinto menos sozinha e amo o passar dos dias e o encontro com as novas noites. Se for para dar um nome a isso e você pensar em dizer que isto se chama felicidade eu lhe direi para somar junto a essa palavra um pouco de serenidade.
O que é sentir-se sereno? Não pergunte ao frio, não pergunte ao calor, não espere respostas do poeta ou do escritor. Tudo que tem a ver com o sentir está ligado a outras vontades e verdades. Não! Não me pergunte se eu acordei filosofando ou lendo páginas da bíblia Inglesa que eu ganhei. Hoje eu acordei foi com vontade de ficar olhando o mundo devagarinho.
Existem formas de enxergar o mundo que requer mudança de óculos se a pessoa usa óculos, que requer mudanças de expressões se a pessoa se expressa muito, mas no fundo no fundo requer mesmo é uma forma de fazer leitura sobre o verde da grama ou do azul do céu. O que você consegue ver lá em cima além das nuvens brancas? O que você imagina que pisa quando muito apressado anda?
Hoje eu acordei com vontade de olhar para mim. Fiquei olhando, olhando, olhando... e fiquei com vontade de escrever coisas assim.
Coisas assim são diferentes das que leio no jornal. São diferentes das que passam na televisão. Coisas assim vez ou outra aparecem nos cinemas e então são chamadas de coisas que acontecem em filmes. Mas o que são coisas de filmes? Não podemos nos esquecer que as coisas que vão parar nos filmes saem de alguma mente humana, assim como as coisas que eu coloco nesta página que era branca se transforma em algo que saiu desta mente minha.
Essa paz que estou sentindo hoje eu desejo em dobro para todas as lavadeiras do mundo. E essa mais uma crônica que terminada fica especialmente dedicada a todas elas. Finalmente foi criada uma forma de apreciar esta nobre profissão fazendo relação das falas que bem lavadas, bem esfregadas e bem enxutas podem se transformar em mágicas letras. E se as falas voam, assim como as letras, as lavadeiras estão voando e eu continuo aqui, me olhando, me olhando... Graças à elas descobri que estou melhorando.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 14/08/2009
Alterado em 14/08/2009
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