PESSOAS SÃO POUCAS QUANDO AS AMAMOS
Às vezes a noite é assim como um frasco, um jato de água fria, como se não bastasse à vida. A noite pode ser um silêncio que dói, mas o vizinho não ouve. A noite pode ser um travesseiro revirado por muitos lados, mas você foi dormir sem me ver.
Aposto que sentiu falta do meu sorriso. Da alegria de saber-se amado. Jogar amarelinha nunca foi meu fado. Lembra da manhã bem preguiçosa belo preguiçoso, lembra?! Quando me perguntou se eu tinha olhado o resultado da mega-sena...
E eu respondi que não! E fumegava a primeira xícara de café em minhas mãos. Mas por que não?! Por que ainda quero sonhar por mais um pouco. Você riu me pedindo para olhar que assim poderia voltar para cama e continuar dormindo, pois se estivesse rico não mais usaria despertador nesta vida.
E eu pensei que despertaria mais cedo para viver mais. Desbravar outros rios eu seria capaz. Para que no fim de uma noite como esta a bela já adormecida continuasse amando as novas pessoas. Pessoas são amantes fáceis de serem perdidos indiscutivelmente e infelizmente. Mas é tão bom recordar os melhores risos, sensações de calor e abrigo...pudera encontrar a receita certa para mantê-las acreditando no amor sincero...Desde quando pensar e não amar é a mesma coisa?
Pessoas são poucas quando as amamos e delas cuidamos. O vizinho não precisa mesmo saber. Nenhuma canção vai lhe dizer o contrário e se o meu jarro de flor está quebrado, ainda assim cuido do leite entornado. Mas por que reclamar da flor do amor tão jovem? O amor de ontem tinha data de validade para tão pouco tempo? Eu compreendo o amor numa esfera mais adulta com menos luta, com mais entrega e menos resistência. Quem ama, ama! O resto é ciência.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 04/09/2009
Alterado em 04/09/2009
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