HINO PARA NOSSOS OSSOS
Hoje acordei com o espírito de acorda amor e venha ver sua roseira. Mas como o amor não acordava fiquei esperando o passarinho. O mesmo que tinha feito cocozinho perto do retrovisor do meu carro. Mas hoje ele não apareceu. Ontem ele ficou que nem narciso, várias vezes ia e voltava para pousar na porta do carro e se olhar no meu retrovisor. No lugar dele eu daria uma fugida... Ia atravessar alguma serra e por que não uma fronteira tipo aquelas que levam ao USA?
Por que lá? Se os sabiás dizem que gorjeiam por aqui?! Por que lá eu me sentiria um ser humano melhor. Por que lá eu não me sentiria inferiorizado diante os apadrinhados. E de lá certamente eu acordaria pensando que se a manhã fosse para passarinho se olhar no espelho Eu também poderia me olhar sem vergonha nenhuma de pertencer a essa rica pátria.
Mas como passarinho é passarinho, e bestas como eu são bestas como eu, fazer o quê? Resta-nos abrir uma cerveja redondinha com menos de 350 ml e achar a vida linda com uma canção qualquer de um cantor preferido do tempo antigo. Pois do tempo novo o que continua da nossa preferência é a nossa mãe, irmãos e amigos que contamos nos dedos. Mas como amanhã é dia dos mortos, quem sabe nossa carta de reclamação sirva de hino aos nossos futuros ossos.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 01/11/2009
Alterado em 02/11/2009
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