DA DANÇA DE SALÃO À POUCA ROUPA (BVIW)
Retalhando uma crônica eu nem preciso de uma orquestra sinfônica, mas para esta talvez eu fosse até precisar. A melodia seria para nela mais tarde ou mais cedo eu lhe encontrar.
Em um encontro lírico nós dois poderíamos dançar. Eu sonhando com as flores e você com o jantar. Depois você apressado dizendo que teria que se mandar e eu com o som a tocar em ritmo dos anos sessenta. Você com cara e olhos de quem me fita de forma suculenta.
Nem lhe contaria que pular eu ia a parte do ensaio que deveria constar nesta crônica. Imagine eu ensaiando passos para lá e passos para cá sozinha?! Essa crônica passaria das linhas e eu pisaria em minhas sandálias. Mas são retalhos de nós dois...
Afinal, por que os casais se enamoravam em uma dança? Por que tanto fascínio? Seria a imagem romântica dos corpos em harmonia mais as próprias fantasias? Veja nos romances de época que a dança representava a vida social, a expressão sensual e cultural da elite que se reunia em nobres festas.
No passado condenada pela igreja como uma arte diabólica e não um ritual dos deuses, a dança muito se transformou. A origem dos campeonatos de danças que existem até hoje é inglesa. Chegou ao Brasil com as influências européias. As moças iam ao baile e tinham compromissos de danças agendados. Um cavalheiro reverenciando uma dama e pedindo para ter a honra.
Passado os séculos essa cordialidade só se encontra em retalhos crônicos de uma mente em busca de linhas para vestidos de seda. Dois para lá e dois para cá foram trocados por uma abaixadinha aqui e outra na "garrafa". Mas antes tivemos as discotecas com danças sem se tocar. Atualmente o que mais vigora nas danças é a pouca roupa. Certamente as mocinhas nunca serão tratadas como eram as finas e requisitadas damas das danças de salão, onde mais que o corpo, existia a emoção de uma experiência tão valorizada.
Marília L. Paixão
IMAGENS DO GOOGLE.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 07/12/2009
Alterado em 07/12/2009
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