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SOU BESTA




Quando as pessoas pararem de falar no ano novo eu vou voltar para o velho. Afinal, até agora é tudo uma continuação de coisas e entre as boas, também as chatas. É! Aquela história de pau que nasce torto, pode até piorar combina bem com o ditado um pouco e depende da idade e da malícia. Veja bem! Se vamos nos referir a uma madeira novinha recém chegada a fábrica, vai depender da educação recebida. Se for bem polida, bem nutrida de coisas boas e não for diagnosticada como uma Ivone da novela Caminho das Índias, tudo poderá dar certo com o passar do tempo. Mas se for uma madeira já acometida por muitas mazelas da humanidade, ela boiará sobre as enchentes não importando quanto mais torta fique com as futuras deformações da personalidade ou do caráter.

Eu tenho falado para o meu filho sapo que as pessoas boas fazem questão de estarem com outras também boas, e observamos isso com o andar da carruagem. Quando as pessoas possuem por traz dos sorrisos um ímã utilitário elas nos rodeiam de acordo com seus graus de interesses e quando acham que não necessitam mais das nossas graças elas tiram o time do campo como quem não estava nem ai mesmo para o azar de ninguém, mas apenas focadas em sua gorda sorte. Mas aí é que está. Sorte não é coisa de todos os dias na vida de ninguém. Na falta da sorte o ímã utilitário explode.

Em minha vida “sorte” fui sempre eu e minha enxada! Não vou eu cuidar do meu próprio destino e estaria até hoje sem caminho nenhum. Abrir passagem sem ser uma gata com botas de sete léguas, eu aprendi. Quer saber, no meu tempo de fábulas eu gostava mesmo era da branca de neve. Eu sempre gostei de maçãs. A imagem de uma maçã sempre me pareceu uma coisa boa. Naquela época eu nem sabia que uma maçã era o símbolo da Grande New York. Sabia que maçã simbolizava o amor passado em calda com muito açúcar.

Assim como a Branca de Neve eu me deixo enganar por muitas maçãs por aí. Ironia do destino, pois detesto me considerar inocente em seja lá o que for. Prefiro me imaginar a Sabidona e ainda assim caio do cavalo com muita freqüência. É por que sou besta.




PS: DESABAFO DE FICÇÕES VIRTUAIS. QUALQUER SEMELHANÇA COM ATUALIDADE NÃO PASSARÁ DOS TAMANHOS DAS CARAPUÇAS.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 08/01/2010
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