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LÁ VOU EU FALAR DAS MÃES?!



Que nada! Vou falar só da minha. Que me bateu o tanto que achou que eu precisava, que me chamou dos nomes que sua raiva achava, e que tudo que fazia era para meu próprio bem e se tinha que doer, doía. Amém!

Se eu for falar das outras mães eu vou acabar idealizando. Melhor eu falar da minha enquanto ela está me esperando. Espera que eu vou! Vou que é melhor eu ir cedo que tarde. Vou por que quem chega primeiro bebe água limpa...rs... As expressões que aprendi com minha mãe são infindas.

Sem falar nas coisas que fui entendendo bem depois. Que a falta de elogio era falta de tempo. Que o dia que não fosse dia de coro, podia ser dia de carinho encubado. E que os vestidinhos que ela costurava tinham bordados ou rendas do coração.

Aprendi com o tempo que não lhe dar amor seria continuar me podando de receber o seu mal compreendido. E sempre que me oferta uma toalha de banho com o meu nome bordado, eu sei que por ali seus dedos transbordam amor nunca falado.

E sempre que olho o girassol sobre minha estante, que nem este a senhora havia dito que estava comprando para mim... Apenas o colocou lá com um capricho sem fim... Eu penso: Deve ser para eu ficar adivinhando a falta que faz não saber dizer o que sente um coração marcado pelo medo de não ser recebido. Mas mãe, coração amado não fica sem abrigo. Eu já dirigi milhas e milhas para lhe dizer isso. Ficar sem lhe amar, eu não fico.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 08/05/2010
Alterado em 08/05/2010
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