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SACOLAS E ROSTOS TRISTES


Ontem tive um dia muito diferente. Parecia que fazia parte de um jardim onde os poderosos nos arrancavam as flores. Não. Não me aumentaram as dores, não me desiludirão, pois faz tempo não me iludo com nada que não venha de pessoas que possuam almas grandes. Ainda assim me aliei aos que precisavam de mim ao subir o morro. Eu estava lá para constatar de forma diferente o quanto não se importam com a menosprezada classe educacional.

Fiquei a fotografar ruas, sacolas, rostos tristes. Ainda estava lá quando uns conhecidos voltaram indignados com o pouco caso após uma curta conversa na prefeitura. A resposta do prefeito petista foi um não para qualquer reivindicação. Sem falar do sarcasmo e outras intimidações.  
  
Querem conhecer o verdadeiro caráter de um homem, espere até ele se transformar em político. Eles possuem um fator em comum não importa o partido. Depois que conquistam a confiança e adquirem o posto tão cobiçado, as mangas já não mostram amigos braços.

E então qualquer copo plástico de rua, rasgado, pisado, abandonado, para eles não faz diferença de um rosto cansado de um servidor que pode ser ignorado sem consideração nenhuma. Para eles é a mesma coisa. O que me admira é o fato deles se comportarem como se fossem reinar como os donos das ruas para sempre. E nada pretendendo fazer para atender aqueles rostos de servidores tristes, que idealismo é este? A previsão será de mais sacolas voando pelas ruas e o aumento de rostos tristes?   Espero que o amanhã lhes ofereça outro dia.


Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 22/05/2010
Alterado em 22/05/2010
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