Com quantas canetas se faz uma escritora? Não sei. Só sei que para falar das poesias de Tânia Meneses, deveria comprar um tapete vermelho e estender no salão antes de prosear sobre seus poemas inteiros.

E se eu fizesse de conta que somos amigas de infância? Poder dizer que eu tive o prazer de ler suas primeiras letras. Fazer de conta também que tecíamos poesias num mesmo caderno só para eu não invejar-lhe as linhas.

Neste nosso caderno estaria escrito: Tânia, o que você transformou em poesia hoje? Ela, muito dona de si, responderia: Uns poucos fios de cabelos enquanto me penteava. E você?! Escreveu alguma coisa?!
– Eu?! Nada. Rasguei uma alface que virou folha de rosa, mas ninguém notou.

- Marília. –Sim.
- Certas linhas conseguem ser notáveis mesmo quando não utilizamos a caneta.- Tânia... Se me emprestar a sua, prometo tentar não fazer feio enquanto você penteia os cabelos. Happy birthday e milhões de beijos.