Um dia eu até me chamei de entusiasta na arte de criar ou inventar sinônimos para já tão exaustivas palavras. Mas era mais coisa do humor quando encontra com um raio de sol e fica eufórico. Eu tenho meus momentos de achar que posso fazer mil coisas com as pobres letras. Nestes momentos até esqueço que tenho mil esquinas para atravessar com elas e durante a travessia posso até aprender mais ao andar com elas do que saber encaminhá-las. Ainda assim me orgulho de tudo que consigo fazer e depois contemplo com paixão.

Uma paixão que sentimos pelo que criamos não tem preço. Sequer nos incomodamos quando aparecem os que não gostam, pois o prazer de saber que aquilo é fruto nosso, seja maravilhoso ou não, imperfeito ou não, com pensamentos a desejar ou não... Enfim, o fato de nos pertencerem vez ou outra os ovos de ouro, já que neste caso somos os criadores (galinhas) a todo prazer justifica. Um prazer que só conhece quem realmente bota para fora estes ovos com sua própria natureza criativa.

Assim como as mamães corujas acredito que nos consideramos galinhas corujas em relação as nossas criações. Por que estou falando disso? Ainda não sei. O domingo começou com o sol brilhante e fiz coisas que só faço quando tenho o domingo todo livre e, no entanto me sinto como se tivesse castrado meu tempo já tão comprometido com tarefas inadiáveis.

Me sinto hoje como o Yamânu,  entre a tristeza, enquanto temos tantos anseios de felicidade. Mas uma coisa é certa: há fatos que não precisam de fotos e talvez minha tristeza seja pelo fato de que mesmo se eu possuísse uma foto, não poderia rasgá-la e fingir que ela nunca existiu. Por essas e outras também não me importarei se ninguém entender neste texto, o título.  Talvez domingo seja um dia bom para compartilhar melancolias de surpresas não gostosas.