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JULIA ROBERTS COMENDO, REZANDO E AMANDO


Ontem o dia estava coberto por uma chuva fina. Precisava que ela parasse para que eu pudesse me encontrar com Julia Roberts. Primeiro seria em Nova York, apenas para um simples alô e outras observações pessoais enquanto ela resolveria o que fazer de suas crises existências. De um instante para o outro ela conseguiu se desfazer do marido que em nada estava lhe melhorando a vida. Enquanto eu matava saudades de Manhattan deu tempo até para ela se aventurar com um amor. Dentro do poço em que sua busca pelos valores espirituais se encontrava o entusiasmo com a nova paixão diluiu-se facilmente.

Combinamos uma viagem para comer, rezar e amar. Estava mais interessada na primeira e última parte, mas ela não abriu mão da reza. Das macarronadas da Itália para as rezas da índia, não foi um pulo. Foram muitas massas, pizzas e vinho como se fosse água em ruas de amizade e alegria. Mas a demorada parte em que ela ficou meditando e se desencontrando na Índia me fez lembrar a novela global que já tinha mostrado todos aqueles caminhos. Lá estava Júlia lavando o chão do templo e eu no cinema enchendo a mão de pipoca branquinha com peninha dela tão linda lá dando duro em seu papel de atriz. Que mulher não desejaria ser ela por um dia? Chega de rezar, Júlia! Vamos para BALI... Estou começando a ficar com tédio, comece logo a parte de amar, Júlia!

Finalmente ela começou. O filme já estava para lá de regular por mais que oferecesse paisagens lindas. A natureza e a atriz eram o forte do filme. Javier Barden veio em seu papel de brasileiro pouco convincente, mas embelezou mais ainda o cenário. Quem assistia a trama tinha a idéia de que os Italianos adoram comer, beber e fazer sexo. Os indianos compensavam a pobreza com os prazeres espirituais. Já quando foi tratar dos brasileiros tentaram transformar os brasileiros em caras certinhos, atenciosos e fiéis até depois de dez anos da morte da esposa. Como se brasileiro vivesse sem sexo numa boa. E para errar mais ainda no que diz respeito a nossa cultura, deu a entender que os pais dão beijocas na boca dos filhos homens mesmo depois deles adultos. Será que é assim mesmo e eu nunca vi?

Assim termino este texto sobre COMER, REZAR, AMAR, sobretudo feliz por Júlia ter finalmente se decidido por amar e deixar de lado outras sarnas que fazem os seres se coçarem não importa em que país estejam. O filme podia ser mais curto e Júlia pode ser aproveitada em papéis muito melhores, mas só ela para salvar um filme como este.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 07/11/2010
Alterado em 07/11/2010
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