NEM TUDO QUE UM BOM ESCRITOR ESCREVE É OURO
Aqui vou eu dar meus palpites sobre escritas e leituras. Não é novidade que além de ler, gosto de escrever, ato em prática como viva prova neste exato instante. Como tal, gosto de sorrir enquanto escrevo, gosto de transparência e também de redundâncias metafóricas. Por essas e outras, muitas vezes recebo e-mails de pessoas me pedindo ajuda, muitas vezes de origem técnica ou teórica da escrita. Uma coisa é-me sentir segura com as minhas letras, expressões ou mensagens. Outra coisa seria me sentir apta para atender as solicitações deste tipo. Quem me dera! Fico até sem jeito de responder a estes e-mails com umas frases pequenas, não desencorajando, mas também não ajudando o tanto que a pessoa gostaria.
Da mesma forma que o ato de ler oferece aprendizagem, o de escrever a expande. Com o tempo vou aprendendo que escrever no calor da emoção é gostoso, mas podem originar textos que por muitos serão rejeitados. Então entramos naquela rua chamada: Para quem escrevemos? Afinal, existem milhões de ruas. Há ruas chamadas: Escrevo o que quero e pronto! Essas ruas se transformadas em livro não se converteriam em boas vendas, creio eu. Há também ruas chamadas: Escrevo para mim mesma, ruas dos relatos, rua dos prantos ou ruas de como é bonita a vida ou o que temos feito. Tem gente que gosta até das ruas dos palavrões, chavões e etc. Muitos acreditam que se não faltam cliques, é por que o texto foi aprovado. Eu não me apegaria a essas crenças.
Mas e aí? Qual é a minha rua? Qual é a sua? Para dizer a verdade ando por várias ruas e cada texto depende de que rua atravesso ou do estado da minha alma. Pudera eu responder que ando sempre pelas ruas da inteligência, pelas ruas de ouro, pelas ruas onde acontecem coisas interessantes e etc. Mas prefiro reconhecer que ainda estou escolhendo as pedras para melhor entender as ruas em que ando. Será que pretendo construir uma rua para meu tipo de escrita? Consegue me imaginar com uma pedra grande, com uma pedra pequena, em uma rua estreita ou em uma avenida larga? Difícil radicalizar, padronizar, esculpir a própria rua. Tudo muda a cada novo instante e acredite-me: Nem tudo que um bom escritor escreve é ouro. Pois não existem estados de alma ou escrita que vá de encontro a todos sempre.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 14/12/2010
Alterado em 14/12/2010
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