AGRADEÇO AOS QUE NÃO ME ESQUECEM
Lá fora os carros rodam sem se preocupar com a solidão dos donos. Você já se sentiu só dando voltas pela avenida? Lembrei-me de uns dias do ano 2001. Dirigia sem destino pela cidade não tão grande e não tão pequena. Uma incômoda dor calçava minha alma vestida e perfumada. Faz uns bons anos minha vida se tornou uma estrada movimentada e bem mais feliz. O automóvel passou a ser utilizado em suas funções práticas e deixou de enfeitar poesias de solidão ou imensa tristeza. Ainda assim, o caminho, da mesma forma que não é florido para todos, também não seria para mim. Por isso que não importo com novos adjetivos que recebo. Nem enquanto criança era do tipo de correr para minha mãe e dizer: Mãe! Tão me chamando de nomes! Mãe, tem fulano implicando comigo! Não! Nunca fui dessas coisas. Eu mesma aprendi a correr pelos morros quando era perseguida pelos mais fortes, isso quando menina magra e tímida sem saber me proteger direito. Hoje estou mais para me sentar cantando: “Contemplo o rio, que corre parado e a dançarina de pedra que evolui, completamente, sem metas, sentado, não tenho sido, eu sou, não serei nem fui. A mente quer ter, mas querendo erra, pois só sem desejos é que se vive o agora...” Pois é... Vocês acham que eu vivo sem desejos? Ou que vou deixar meus desejos por conta dos adjetivos que a estrada tortuosa oferece? Que dia fui uma bailarina de pedra? Enquanto pessoas insistirem em lucrar com o meu nome, seja tentando jogá-lo para baixo ou se comparando a ele, de alguma forma, já está defendida minha singela importância. Assim sendo, ao contrário de me enfurecer, agradeço. E quando precisarem de perdão, perdôo.
www.letrasdobviw.blogspot.com
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Lá fora os carros rodam sem se preocupar com a solidão dos donos. Você já se sentiu só dando voltas pela avenida? Lembrei-me de uns dias do ano 2001. Dirigia sem destino pela cidade não tão grande e não tão pequena. Uma incômoda dor calçava minha alma vestida e perfumada. Faz uns bons anos minha vida se tornou uma estrada movimentada e bem mais feliz. O automóvel passou a ser utilizado em suas funções práticas e deixou de enfeitar poesias de solidão ou imensa tristeza. Ainda assim, o caminho, da mesma forma que não é florido para todos, também não seria para mim. Por isso que não importo com novos adjetivos que recebo. Nem enquanto criança era do tipo de correr para minha mãe e dizer: Mãe! Tão me chamando de nomes! Mãe, tem fulano implicando comigo! Não! Nunca fui dessas coisas. Eu mesma aprendi a correr pelos morros quando era perseguida pelos mais fortes, isso quando menina magra e tímida sem saber me proteger direito. Hoje estou mais para me sentar cantando: “Contemplo o rio, que corre parado e a dançarina de pedra que evolui, completamente, sem metas, sentado, não tenho sido, eu sou, não serei nem fui. A mente quer ter, mas querendo erra, pois só sem desejos é que se vive o agora...” Pois é... Vocês acham que eu vivo sem desejos? Ou que vou deixar meus desejos por conta dos adjetivos que a estrada tortuosa oferece? Que dia fui uma bailarina de pedra? Enquanto pessoas insistirem em lucrar com o meu nome, seja tentando jogá-lo para baixo ou se comparando a ele, de alguma forma, já está defendida minha singela importância. Assim sendo, ao contrário de me enfurecer, agradeço. E quando precisarem de perdão, perdôo.
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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 25/06/2011
Alterado em 25/06/2011
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