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QUANDO O SESSENTA CHEGAR


Neste mês de Janeiro tive inúmeros pensamentos voltados para como se sentem as pessoas ao se aproximarem do fim da vida. Sei bem o motivo de ter pensado sobre isso apesar de ainda estar no meio do caminho e com muitas pedras pela frente. Tenho meu jardim, mas não sou do tipo de me iludir com as flores. Amo cada botão de rosa e por isso fiquei pensando se algum dia quando tiver com uns sessenta anos ainda darei conta de voltar de uma viagem e capinar todo o mato que encontro judiando das minhas queridas. Sei! Pagar um jardineiro?! Fácil falar, difícil encontrar mão de obra barata ou de confiança. Por falar nisso, ando tão sem confiança que é mais fácil eu desistir do jardim. Entender o novo mundo exige o abandono da fé de que as pessoas são boazinhas e desinteressadas. Um estranho para mim é quase igual uma placa de perigo a vista. Poderei retirar o mato vagarosamente dividindo o trabalho em dias. O bom de pensar nos sessenta é imaginar-me sempre em férias. Isso sim será uma delícia. Tomara que a saúde me pertença. Que eu possa alcançar os dias de livros e jornais para o ar e de tabletes para onde eu quiser levar, sem pressa, sem hora marcada para nada.

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 10/01/2012
Alterado em 10/01/2012
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