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INSATISFAÇÕES HUMANAS



Vai que o homem morre antes de completar algum grande feito e estará deprimida sua alma por toda uma vida? Estaria bom aquele pensamento para a tarde de chuva? Se bem que ela tinha parado, mas as gotas da calha ainda incessantes indicavam que a janela ainda não poderia ser aberta. Sim, era certo que o homem odiaria morrer sem nada de grandioso ter feito. Mas e depois de feito e perdido? Sobraria algum consolo? Apenas uma certidão de óbito para mostrar e planos jogados fora para aquele que imaginara que teria uma vida inteira? Poderia um homem pensar em morrer também? O labirinto das insatisfações humanas não requer ticket de entrada e nem se preocupa em mostrar saídas. Para dormir há listas de ansiolíticos. Para dar o pulo da morte há pontes famosas. Uma vez uma conhecida disse que desejaria que Deus a livrasse de morrer atropelada por um fusca. Prova que todos mais dia ou menos dia acabam falando da morte. Agora vamos falar de vida? Mesmo as flores morrendo em meu jardim, estou cuidando para que minha irmã viva enxergando mais coisas. A mesma irmã que anos atrás me disse que quem é bom não precisa dizer. Talvez seja por isso que parei de rezar quando quero falar com Deus. Se Deus a tudo ver, com nada tenho que preocupar quando o meu dia chegar. A não ser que ele não me proporcione escolher The Golden Gate Bridge.

imagem google - texto iniciado dias antes e terminado hoje por acaso.
crônicas excelentes no link abaixo.
http://www.letrasdobviw.blogspot.com.br
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 30/09/2012
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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr