Textos

AMOR, ARTIFÍCIO ANTIGO


Para descansar meus cabelos do secador, aproveitei e descansei os braços. Não os dedos, coitados, sempre correndo atrás de alguma letra que convencesse a tela branca de que a ama. Resolvi então confessar para ela que o meu amor por mais que às vezes negasse uma bola, jamais deixaria de existir. Mas adianta confessar que o amor é como onda do mar, que quando não explode em espumas ainda assim deixam bolinhas brilhantes? O mar sorrateiro, depois de aberto a passagem para alguma sereia, coloca os óculos da calmaria e predispõe-se a fazer papel de pensador. Ele, o mar, tudo pode. Com a sapiência que só os homens pássaros possuem conclui que minha tela fez papel de cinema mudo enquanto as letras tentaram deixar bem visíveis o seu recado. Nem precisava fazer de conta que aquele amor caberia em uma página para ficar boiando dentro de uma garrafa de vinho. Artifício antigo!



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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 30/01/2013
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