DAS COISAS QUE ESCREVO...




DAS COISAS QUE ESCREVO...

Arrumei um senhor para capinar meu jardim e depois arrumei um pedreiro para cimentar uma boa parte. Arrumei Deus para continuar mandando chuva e o cimento ruiu quase pela metade. Mas do mato que devorara as rosinhas sobraram só lembranças. Querem saber de uma coisa que em moda automática é pior que na manual? Chama-se sombrinha. Abro como quem adora tomar chuvinha, já que molho sempre alguma parte do corpo antes de conseguir abrir corretamente. Hoje para variar fui à TIM comprar o Iphone 5. Perguntei se tinham nas duas cores branca e preta e para minha surpresa o lote de mil Iphones já estava esgotado, só tinha o Iphone 4s. A moça disse que até ontem tinha o 5. Ontem!!! Que arrependimento! Se soubesse ontem lá estaria enquanto você pergunta se estou pensando em você e a resposta é Sim! Sim! Estou. Voltarei para casa com o raivoso velho celular na bolsa. Raivoso de tanto que o maltrato por desgostá-lo. Não repetiria aqui nenhum dos palavrões pelos quais o coitado já foi chamado. Condenado culpado por todas as minhas ignorâncias. Estivessem as flores vivas no jardim estariam gargalhando. Enquanto não, o tempo vai passando e a Apple melhorando. Queria poder dizer o mesmo das coisas que escrevo, das coisas que aprendo e das que invento. Pelo sim e pelo não vamos fazer um flash back do mato quando havia convidado o senhor para um intervalo com café. Ele disse: espera mulher! Deixa eu tirar este restinho de mato aqui! Fiquei rindo. Não sei se pelo sotaque do cearense ou pela menção ao gênero. De nada adiantaria insistir com os surdos ouvidos do velho homem. Diante sua determinação em terminar o serviço, subi as escadas, retornei à cozinha e pensei: breve estarei metade velha e ao chegar à idade daquele senhor, provavelmente não terei metade de sua energia.


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