Textos

SEM NENHUM RIO


Poderia começar essa crônica por qualquer caminho. Este poderia ser de um dos versos do Caetano Veloso, lá do disco abraçaço: “Estou tão triste, tão triste, que o lugar mais frio do rio é aqui no meu quarto”. Quem é que não desejaria ser o autor destas linhas? Caetano é mesmo fantástico.

Mas na verdade não estou triste e nem sei por que esta canção está na minha cabeça. Inegável a certeza que parte de mim está melancólica enquanto outra se ocupa dos afazeres do dia. A verdade é que ninguém deseja ir embora cedo. Há uma parte de mim que adora as verdades, mesmo as não diagnosticadas. Sabemos que nossa mente é dotada de poderes que podem nos adoecer por mera persistência. Por conta de uma frase nos sentimos metade morrendo. Por conta de muitas pesquisas nos sentimos quase mortos. Profissionais da área medicinar diriam que é melhor nos preocuparmos com as partes que podemos cuidar. Desejaria perguntar: então as outras já estão perdidas? Responderiam sobre casos de observação celular.

Melhor voltar para o Caetano e aproveitar para pegar carona nos abraçaços. Não. Não estou triste e o meu quarto é o lugar mais quentinho do mundo. Ele é bom até para chorar.


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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 20/06/2013
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