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VOLTEI DA TERRA DO SOL


Viajei e por aquelas ruas da cidade quente como imagino o inferno, tentei visitar corações familiares. O resultado foi mais familiares que corações. A gente sempre tenta, mas como nas novelas, aparecem tantas pedras pelo caminho.

Mas passei um bom tempo com minha mãe, cada vez mais velhinha e mais bonita. Se tivesse que guardar uma lembrança para sempre dela, seria dela gargalhando em nosso penúltimo momento juntas. Sobre o Natal perdoem-me os que não receberam nenhuma mensagem de WhatsApp, e-mail ou coisas que não tenho hábito. Mesmo gostando de tanta gente, como expliquei acima, estava ocupada com corações mais duros tentando ser moles. Tem coisas que nem o Natal consegue mudar, por mais que a mesa esteja farta, maravilhosa em gostosuras e beleza.

Cheguei em casa, na terra da chuva e fui recepcionada por um ataque de formigas, daquelas que cortam roseiras. Fiz um sapateado em legítima defesa sobre elas, com a raiva que um ser comum sabe ter. Por isso nunca vou arriscar ter um cão, um gato, ou qualquer destes seres que merecem nossa mais preciosa paciência..

Lá na terra do sol comi mangas frescas, e provei dos cafés da manhã de bons hotéis e tentei até gostar da cidade. Tenho tentado muitas coisas ultimamente. Tenho comigo que tentar é melhor que desistir da vida.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 07/01/2018
Alterado em 07/01/2018
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