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SE O MUNDO TIVESSE CONSERTO?


Diferenças políticas, religiosas, entre outras, não seriam problema. Não gerariam conflitos. O poder maior não seria medido pelo arsenal bélico ou econômico de um país. O maior poder seria o poder de ser amigo, de ter amor, de ter irmãos.

Mas se fosse imaginar que o mundo se consertou, como me pediu Ana Toledo, então eu diria: Sabe qual foi a melhor coisa que aconteceu no mundo consertado? Todos pararam de adoecer e agora vão sonhar com uma vida longa, boa e bela.

Iria morrer de alegria de poder dizer para meu irmão que a esquizofrenia não mais existiria e nenhum portador precisaria daqueles remédios que diminuem a vida e a felicidade da alma. Todos seriam produtivos e tocariam a vida de forma natural, sem medo, sem alucinações. Estariam livres das barreiras que lhe impõe travas afetivas e intelectuais e por certo, ele seria um promotor e tanto!

Daggerlor voltaria para casa e juntos passearíamos por Queens, maior distrito de Nova York, cuja saudade foi despertada pelo artigo da folha: Queens à vista.  Já estive em Forest Hills e nem sabia que Simon & Garfunkel tinham estudado lá. Naquele tempo não existia o Google e quase assisti a um show deles no Central Park. O “quase” deixa muita coisa a desejar. Lá eu quase fui feliz eternamente.

E como seria bom ter cidadania americana, Ana!!! Já imaginou status mais valioso que este? Não teria o defeito de abandonar planos e nem esqueceria dos sonhos na terra dos sonhos. Veria mais beleza nas pessoas ao invés de preocupar com a que me falta. Por que o nosso Eu teima em ser tão importante por mais maduro ou por mais que envelheça?  Desculpe-me por estragar o texto ao escapar da utopia derrapando nas complexidades da vida.  Nem por isso posso dizer que eu não sonho mais. A cada novo dia acordo tentando me reerguer das sombras, das cinzas, dos brejos. Não perco a esperança de abrir a  grande porta que signifique o sucesso da vida.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 26/02/2018
Alterado em 26/02/2018
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