O Desejo por doces, o vaso quebrado, mas não as flores de madeiras. Quero esquecer o dia que não consegui o visto de imigrante para a América do Norte. Não considero um dia de azar ou de falta de sorte, mas sim, falta de experiência.

Quero esquecer todos os dias em que tive finais de amores. Terminar casamentos não é como completar ciclos de formatura. Perder grandes amores é como perder todas as luzes das estrelas, mesmo sabendo que elas não possuem luz própria. Ficamos com a alma sombria e a cara torta.

Quero esquecer lugares que passei sem permitir que a porta ficasse aberta. Levando a saudade deixamos uma fresta, mas o corpo já não cabe mais onde a alma parte aflita. E depois vem o tempo, fazendo de conta que varre tudo...

Esqueceria tantas coisas que sem bater ficaria o Big Ben; sem brilhar ficaria a torre Eiffel e até a Estátua da Liberdade ficaria sem lugar em Manhattan. Não que eu esperasse que o Cristo Redentor me dissesse para eu não ser Gauche na vida; mas a gente sempre espera que os sonhos sejam menos complexos e que não se desfizessem como os de um peão quando cai do touro. Ah! Quero esquecer tudo que não concluí.