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O DESAPARECIMENTO DA MOÇA QUE SORRIA FLORES


Lica era destas moças incomuns, que passavam primaveras sozinha. Andava sempre apressada e suando um bocadinho. Por conta de um coração doce, era bem quista. Ajudava a qualquer um que lhe pedisse ajuda. Ajudava até demais! Tipo mãe que deixa de comer para dar ao filho?! Tipo qualquer coisa assim, só que não precisava ser filho dela.

Por essas e outras, onde Lica chegava, um sorriso se abria, e outro e mais outros. Dependia de quantos no lugar a conhecesse. Essa qualidade de sorrir e fazer sorrir, amolecia até pessoas ranzinzas. Ela passou a ser conhecida como a moça que sorria flores. Não demorou e alguém teve a ideia de levar Lica para visitar doentes no hospital de uma pequena cidade não muito próxima.

Mas nada aconteceu como acontecem nos filmes. Os doentes não passaram a se recuperar mais rápido e nem tiveram dias felizes. Para falar a verdade, nem chegaram a vê-la. Lica foi levada para um lugar distante e seu dom de alegrar, ajudar, cativar, passou a ser administrado por aquele que viu na moça, uma nova fonte de renda.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 19/05/2018
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