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AMOR E DESAFETO PERDENDO A LINHA - BVIW
Joana Rosa Lima da Silveira, não estava em seus dias de aguar roseiras e observar botões se abrindo em flor, como quando fazia algumas vezes por mês ou quando lhe sorria a coruja branca. Tinha mania de balançar a cabeça e trocar palavras consigo mesma. Mas para o vizinho, que a espiava, ela estava com esquisitices.

Joana Rosa Lima, não estava em seu dia de aguar roseiras como fazia quando lhe sorria a coruja branca. Sequer balançava cabeça ou conversava sozinha, mas o vizinho a achava esquisita.

Joana não era de manifestações tempestivas. Se alguém lhe perguntasse o nome do vizinho, teria que inventar. Para ela, era simples. Ele era o que a espionava. Certamente sabia a ordem em que ela estendia roupas no varal, o que nem ela mesma seria capaz de prever. Mas ela, a coruja e a roseira estavam arquitetando um plano para acabar de vez com aquela perseguição. Já ele, decidiu-se por tirar do varal a melhor roupa, perfumar-se e tocar a campainha.

A coruja piava e o fogo queimava no quintal vizinho. Já a autora tinha linhas sobrando para dar ou não nova vida à Rosa.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 04/07/2018
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