Não estou em fase de troco ou não troco isto por aquilo. Prefiro o compro ou não compro ou para quem dôo. Nunca fui de números. Meu pai quando pedia para que eu lhe comprasse cervejas, perguntava: Conferiu o troco, filha? Minha carinha não tinha a resposta certa para dar. De qualquer forma, hoje eu sei que com o esforços para segurar as garrafas, não teria mãos para conferir nada. Assim nunca herdei sua alma de comerciante, talvez só sua bondade.

Com essa falha de herança que quase nunca me beneficiou posso ter entornado  profissões que seriam boas para o futuro enquanto palavras da literatura rodeavam com panos quentes as lagrimas da falta de afeto mal resolvidas. Quando a carência impera, ninguém deseja abstinência de nada. E tudo que falta se inventa, para que auto-estima não entre pelo cano, mas será que não entra?

Por falar nisso, um cano instalado em 1932 em Nova York, de 96 anos, explodiu e criou uma cratera na Quinta Avenida. Espero que no resto desta minha vida ainda não tenha que sofrer danos causados por canos do presente que vão ficando no passado para explodirem no futuro. Eu sei que quando o assunto é procuração, a palavra principal é receio, mas resta desejar que os vapores sejam do bem e paciência.