Lá fora uma multidão de rostos sem tempo de um olhar para o outro. Uma lixeira sendo mexida por alguém, uma luz mudando de verde para vermelho enquanto máquinas trabalham rodeadas por seres. Aqueles que tomaram café apressado para não perderem o transporte público.

Será que lá fora o seu medo vaza como tinta entornada pintando a estrada de um vazio sem nome? Você sabe do que você se esconde? Da janela, a grama pode parecer macia, mas nada se iguala aos outros campos de visões que a paisagem descortina. Sentir o sangue percorrer dos pés à retina...

Da janela, vivendo de assistir pedacinhos das vidas dos outros, perde-se a própria. É importante alcançar a porta, acreditar que existe uma rua da paz para cada jeito de ser. Basta viver com protagonismo. O de fazer parte da vida, vale muito mais do que tentar viver a do outro. Faça sorrir seu rosto.