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PERSONAGEM DE KAFKA OU DO DIA-A-DIA? - BVIW




Estar em conflito possui diferentes caras e atmosferas. Tudo depende de onde e com quem. Algumas pessoas tentam um jogo de cintura, outras se armam de um cinturão e outras tantas de um ou outro palavrão. Lembro uma vez que preferi entrar debaixo da cama e ficar lá quietinha. Naquele momento, me conter era mais importante que ter razão, ou que perder a emoção entre outras ilusões que gostamos de cultivar.

Nunca pensei que escreveria sobre isso, assim como nunca pensei que aquela era eu lá. Mas era. E só depois percebi que era parte da minha evolução. Nem me senti uma personagem de Kafka em Metamorfose. Não me senti covarde lá tampando os ouvidos e ficando fora do alcance. Muitas vezes querem mesmo é nos tirar do sério. Se a casa da gente é o local mais seguro que existe, onde o outro não caberia, estava perfeito.

Há conflitos em locais de trabalho onde não podemos perder nossos direitos e autonomia. Luto por essas duas coisas quando preciso, com argumentos. Quem tem razão não se deixa vencer. Procuro colocar em prática a flexibilidade quando possível. Quando não possível, lamentar não é preciso. Só não estamos preparados para as perdas dos que amamos.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 25/09/2019
Alterado em 25/09/2019
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