A QUESTÃO DO BRILHO - BVIW
Tantas coisas que não sei caberia em um lençol para cobrir-me à noite, então o rejeito para dormir melhor sem os escombros do não saber. Mas não é que dormir sem saber faz o corpo se sentir atropelado por inteiro? E de que me adianta pensar nos quadros que substituem as rosas do jardim, nos passeios ainda não imaginados, por vir, se tem os que desejam quebrar nossos asfaltos ou jogar tinta em nossas estrelas?
E quando me perguntam sobre o livro do Daggerlor, se não me importo mais com ele, a resposta é sim, como uma mãe se importa com um filho; mas se perguntam se está terminado, a resposta é ainda não. Das mães, não sou das melhores. E escritora? Quando serei das melhores? Ainda não continua sendo a resposta. Mas quando se sonha em ser bom em alguma coisa com a modéstia desbotada no tanque, o querer pode alcançar seu lugar e não podemos ficar adiando.
Ainda não significa que nosso prazo de validade para ter sonhos continua ativo. E por mais que algumas decisões estejam mais lentas e o acelerador da vida exija mais cautela; Lucy se imagina in the sky with Diamonds e eu desejo apenas o brilho como o deles. De qualquer forma não venha correndo me perguntar se já os tenho em mãos que a resposta é: ainda não, mas como a questão se refere ao brilho, meu desejo é resolvê-la em pouco tempo.
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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 18/12/2019
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