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O AMARGO QUE TRANSFORMA - BVIW




Abro uma tônica sabor gengibre e vejo escrito na latinha: O amargo que transforma. O amargo que tem transformado as pessoas não é este. O amargo que transforma deve ser a ausência. Seja de pessoas, sentimentos e das palavras que precisamos ouvir. Quando tudo isso acontece, o outono ganha outra cor. Talvez tenha ganhado hoje. Talvez a cor nem dure. Talvez o verbo durar seja tão momentâneo como o tempo de uma propaganda. Que linha mais paradoxal, Marília! Mas as propagandas divididas entre as que são criativas, emocionantes ou humoradas, conseguem nos surpreender.

O uísque Johnnie Walker, na versão Johnnie Walked, para mostrar que não se deve beber e dirigir é um bom exemplo. Bastante trágico, porém educativo. Propagandas com crianças ganham especial atenção. O Itaú em sua Campanha, Leia para uma criança, cria verdadeiras obras.

Ainda com a tônica pela metade, penso no que conseguiria criar de baixa caloria mas de inteiro teor sentimental. Muitas vezes pequenos objetos que nos cercam são cheios de significados emotivos. Estes não são destruídos nem pelo tempo ou pelo espaço. Anexados em nossa memória afetiva, basta estarem ao alcance dos olhos para mexerem com o coração. Publicitários que entendem destes efeitos sabem como fazer uma propaganda bem sucedida. E assim, até o amargo, consegue ser doce.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 21/04/2020
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