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QUEM NÃO TEM AMOR, PRECISA QUEBRAR ROSAS?

Hoje é um dia bom para mesclar músicas, como aquela que começa numa correnteza sem paragem ou num dia em que se foi mais feliz vendo um avião se espelhar no olhar do outro. Uma mistura de Caetano com Adriana Calcanhoto seria uma maravilha; qualquer poema ficaria em tudo bem, tudo zen, com força e direção como numa letra de Lulu Santos.
 
De repente a saída é essa para se alcançar o embelezamento dos dias. Teremos que parar e deixar coisas boas penetrarem o pensamento. É o que estou fazendo enquanto as palavras não chegam. Afinal, a primavera possui dias longos e temos que aproveitar os instantes de calma. Por que será que a vida está cheia de poucos? Pouca comida, pouca caça, não pouca fome. Poucos empregos, pouca alegria, muitos derrames. Poucas estrelas no céu da esperança. Poucos jardins onde roseiras não são quebradas por algozes iletrados no amor.
 
Porque o amor quando incomoda é por ser um desconhecido em almas frias. Para estas, até um resquício é uma afronta, imagine uma casa inteira de amor desenhado. Por que será que o amor dos templos não encontra eco nestes corações? Por que não se deixam contaminar com a beleza de um instante que creio deva existir em suas vidas, por mais que entristecidas. O amor devia ter este dom de tocar os seres, mesmos os selvagens e rudes, assim como tocam os ogros e as feras das fábulas e lendas.

 
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 13/10/2020
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