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MAIS QUE UM ROMANCE - BVIW



Na capa dois jovens compartilhavam o headphone e o autor de A culpa é das estrelas havia dito: “Eleanor & Park me lembrou não apenas de como é ser jovem e apaixonado por uma garota, mas também de como é ser apaixonado por um livro”. Como resistir a este comentário? Da prateleira o livro foi comigo para o caixa. O nome me lembrava a música dos Beatles: Eleanor Rigby. Deixei a canção presente em meu cérebro enquanto na fila. Outra opinião dizia que o final era imperfeito e verossímil, um romance em delicado equilíbrio entre a luz e a escuridão. Manter este equilíbrio não é para qualquer escritor e me interessei mais ainda.

Quando um livro deixa um escritor apaixonado por ele, temos o desejo de provar da magia. Trouxe o livro para casa sem saber que ao começar a leitura, a alma tocaria o espirito de comiseração. Aquele romance entre pessoas de realidades tão incomuns fugia do previsível. O maior trunfo não se devia aos aspectos sociais ou culturais como pano de fundo; quanto mais terna a capacidade do leitor de se colocar no lugar de Eleanor, mais inebriante se torna a obra.

Achei tão comovente, tão real e puro. Eleanor & Park nos traz um romance em um cenário impróprio para dramas de Romeu e Julieta. Eleanor vive em uma casa que Luciano Huck reconstruiria, mas a história pertence a um universo muito superior e muito mais delicado que qualquer noção de privação ou miséria. Por que a princípio o que está em jogo não é a compaixão e sim, a amizade. O resto são pitadas de emoções imperdíveis que a vida oferece; tanto para os personagens quanto para os leitores, em cujas vidas o livro entra para ficar.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 17/11/2020
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