NÃO HÁ COMO TEMPERAR NUVENS - BVIW
Na casa em que meu coração habita, há uma cama de solteiro onde fora de hora descanso os ossos do dia. Estando sem sinal, acabei deitando virada para uma janela de nuvens. Fitando aquele amontoado cinzento feito florestas brancas, pensei em manuais de sobrevivência. Pedi por papel e caneta e embora a imaginação não precisasse, a memória vai aos poucos fazendo uso de qualquer muleta.
Diante a janela de nuvens, dos desconcertos entre sobrevivência e manuais, entre notícias de mim e de jornais, quisera encontrar nas nuvens, alguma ala para a minha folia, fobia, complexos ou disritmia. Melhor mesmo uma estrada nova de vida. Com a solidão de passos e pernas, não temer mãos sobre as próprias mãos. Não há manual de sobrevivência seguro. Nada é seguro.
Atualmente, uns cantam amor e outros querem cessar este canto, uns querem proteger, outros querem lhe danar. Larguei mão da janela de nuvens e me posicionei frente ao sol. Coloquei no manual cada raio como um caminho e fui lá temperar o frango. Estava esquartejado que fazia dó, mas graças a Deus, não minha cabeça em alerta para não seguir o coração. – Siga, cabeça, siga a razão! Não há como temperar nuvens. A vida pede armadura e chão.