A BRUXINHA E O SACI
Marília L. Paixão

Estava a bruxinha a passear devagarzinho com sua vassourinha. Encontrou um terreiro sujo, cheio de copos plásticos e restos de comida. E não eram restos de sanduíches ou papéis de bala. Pareciam restos de comida brasileira, sobras de almoço, pedaços de osso e até folhas de alface. A bruxinha resolveu descer da vassourinha. Ficou olhando um pouco entristecida. Não demorou e ouviu um barulho. Ficou um pouquinho apreensiva. Percebeu de que direção vinha e decidiu aventurar-se. – Hello! Alguém por aqui?! – perguntou. Não teve resposta, mas ouviu um quase gemido. Entrou na mata e logo adiante encontrou um saci. Era lindo! Bem preto! Tinha uns olhos mais pretos ainda. Uma perna faltando e uma perna desolada no chão. – Você está ferido? – Não. Apenas desiludido. Aquele terreiro estava limpinho. Vieram uns adultos com caras de malvados. Comeram, fumaram, gargalharam muito me gozaram. Um deles colocou uma faca pertinho do meu ouvido. Me disse que se eu comentasse algo do que tivesse ouvido eu perderia as duas orelhas e a outra perna. A bruxinha não se conformou. Ajudou o saci a levantar e foram para o terreiro. – Não demorará e breve estará tudo limpinho de novo. Dizendo isso a bruxinha pegou sua vassourinha e já ia começar a varrer quando o saci gritou: - Não! Você não pode estragar sua vassoura tão linda! Nós vamos limpar manualmente.  Eu estava muito cansado e triste para dar conta de fazer tudo sozinho, mas com sua ajuda faremos rapidinho. – Onde arrumou essa vassoura tão bacana? – É uma vassourinha americana. Poderemos varrer com ela e depois passearemos nela. Se sujar não tem problema. Eu deixo você ir guiando. Quando estivermos voando você vai procurando outros lugares para irmos limpando.