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SE PRECISASSE BATER, PODIA - BVIW




Creuzinha e Lilica eram craques em correr perigo. Desta vez estavam com rostos vermelhos e braços arranhados após descerem apressadas do enorme pé de manga. É que a vaca preta vinha do pasto e se ela parasse para descansar debaixo da mangueira, como é que depois elas iam descer? Creuzinha quase entrou em pânico! - Anda Lilica, anda logo. E Lilica nem tinha conseguido pisar no galho certo e o pé de Creuzinha já empurrava suas mãos pela casca grossa do tronco da árvore. Para piorar caíra no chão machucando o corpinho todo. Creuzinha também se machucara deslizando mal abraçada no tronco até alcançar o chão.
A vaca vinha... O desespero era grande. Creuzinha vendo que Lilica chorava puxou-lhe pela mãozinha. - Vamos correr, Lilica! Vamos!

A vaca preta chegara debaixo da árvore, mas nada de sentar-se. Cascas de mangas maduras chupadas até o caroço estavam espalhadas por todo chão. Então era por isso que uma delas tinha caído. Provavelmente escorregara em toda aquela melequeira. Contrariada, fez muuuuu. As crianças correram desatinadas. Com certeza não iam limpar nada.

Sem forças nenhuma depois de correrem o tanto que aguentaram, Creuzinha e Lilica cairam com a cara virada para o sol quente. Até dormiram um tiquinho. Ao chegarem em casa de noitinha, uma apanhou da mãe e a outra ganhou pito da tia. Mas tinha ordem da mãe, que se precisasse bater, podia.
 
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 18/05/2021
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