SER PEIXE OU SER ÁGUA - BVIW
O gatilho que leva os dedos a salpicarem letras pelo teclado pode partir da imaginação ou da realidade. Com o grande auxílio da criatividade ambas possibilidades podem fazer de um texto algo mais belo que um retrato da Monalisa, ou menos belo, que um sorriso de qualquer criança. Ainda assim, criatividade tem um lugar tão amplo no universo artístico, que acaba por deixar rastros de impecabilidade por onde passa.
Quando um trabalho artístico lhe faz pensar, diante dele já se forma uma parada obrigatória. E quando se trata de um texto? Que texto não faria pensar? Há textos que mastigam tudo? Há os que são tão previsíveis que você tem vontade de abandonar a leitura, pensando logo que é mais de uma mesma ladainha? Caso o recurso usado for de uma velha retórica, como fazer com que o texto ganhe uma roupa nova, bonita o bastante para que seja visto até o final?
Com certeza, utilizar das informações que nos mostram o todo tempo como tudo está mudado, muito facilita as inovações textuais tanto na abordagem de um tema como na comparação do velho ao novo se por algum motivo, essas referências se fizerem necessárias. Ainda assim, o mais importante para que o texto não caia no abismo do abandono é a primeira fisgada. Releia o escrito. Seja peixe ou seja água. E saberá se o que está escrito está ou não a contento. De repente, o fazer pensar seja não precisar dizer a ninguém o que é ser peixe neste sentido.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 25/05/2021
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