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A ÁRVORE ASTRAZENECA - BVIW


Existem casas que não são engraçadas e por não serem as cores alegres somem, desaparecem, morrem. E ainda assim, Samuel Rico quis comprar a casa. Queria bem aquela pois se casaria com Sílvia Pobre e a pobre moça não precisaria de muito luxo ou grande aconchego. Na verdade, ele nem sabia o porquê de casar-se. Ele bem que poderia não saber, mas como neto imaginário de “Tarantino” havia assistido uma dezena de vezes o filme A prova de morte e resolveu testar os nervos da noiva. Caso ela desistisse do casamento ao conhecer o que seria a futura casa, saberia sim, que não estaria diante a noiva perfeita. Oh! Por favor, não importa o desfecho, não a confundam com A noiva cadáver.

Chegaram na casa. E cismado com a falta de surpresa da noiva ao adentrar a residência, Samuel Rico pediu que ela mesma abrisse a janela do quarto. Ela abriu e um galho atrevido de árvore parecia querer fazer de atiradeira o seu sutiã, arranhou-lhe o braço e por pouco não lhe injeta uma vacina. – Eu já me vacinei! – Credo!!! – Samuel, me ajude aqui. Samuel riu, riu, riu, mas decidiu-se por ajudar a noiva.

Chegou na janela disposto a quebrar o galho inteiro fora de uma vez por todas. Não conseguiu ser o herói da vez e sentiu-se erguido e arrancado do quarto com uma força, que ele nunca provara. Ficou lá fora à mercê da árvore sendo sacudido para lá e para cá vendo a noiva entrar no carro e partir, mas não sem antes lhe gritar umas palavritas:
- Querido! Ou você poda a árvore inteira ou não vai ter casamento algum.
- Brum...
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 29/06/2021
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