Às vezes penso que morro um pouco todo dia, mas me recupero. Celebro os dias vencidos com a necessidade que o mundo tem de pessoas parecidas comigo por dentro. Para tanto, tento não me importar com o peso de algumas horas noturnas perdidas ano após ano. Horas em que olho o santo que me lembra tantas pessoas queridas, mas onde elas estão?
Pela manhã trabalho com livros e em seguida da reforma da escola, uma ou outra traça deve ter partido descontente sem se despedir e sem ver o brilho dos meus olhos diante os livros novos. Na verdade não cobro adeus de ninguém, mas trago saudade no peito.
Transito entre estantes didáticas e literárias sem muito tempo. Minhas letras piscam um olá e um até breve enquanto a mente as ensaiam para um desafio. O título terá duas palavras ou três. O melhor de tudo é a riqueza do encontro entre amigas de letras mais belas. A vida tem destes detalhes que revigoram novas manhãs.
Sem mais, por conta do carinho de uma irmã, de uma prima e da mulher, amanhã a aventura será na cozinha por conta de uma moqueca.
Marília L Paixão