A vida não é como uma novela que se arrasta por capítulos curtos com propagandas e personagens belos. Na vida o bom é rápido e dependendo do ponto de vista, longa é a dor e a descrença mesclada com fé e esperança.
A literatura explora bem a dramatização ou casualidade dos acontecimentos. Nos deixamos envolver pela empatia. Nos deixamos encantar pela admiração, pelo inesperado ou pelo suspense. Já não importa o mocinho ou o bandido. Importa a expressão dos sentimentos. Isso é o que mais me toca numa obra.
O último romance que li é de Paula Hawkins: Em fogo lento. Nele aprendi que personagens descritas como feias ou desajustadas pedem nossa simpatia e sensibilidade. Talvez por isso tenha ficado surpresa com a bela atriz escolhida para o papel de A garota no trem, que habitava meu subconsciente como mulher pouco atrativa. Das cinco mulheres de Em fogo lento, é provável que o mesmo ocorra. Será que a ausência de beleza lida por dias não seria tolerada vista em duas horas? Para apreciadores de suspense psicológico o livro é um must. Compro livro da autora de olho fechado, já em relação a vida, mantenho todos os olhos abertos; tanto os do corpo, quanto os da imaginação; sem ela, sonhos não sobreviveriam.
Marília L Paixão
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Para o tema: o que aprendi com o livro