Talvez seja mesmo bom não saber nada de você ou do seu processo criativo. Talvez não adiante saber quantos livros você leu, quantas viagens você fez antes de chegar à Índia ou ao Japão, se provou de cenários calmos, verdejantes ou marítimos como mostram filmes americanos. Por aqui, a maioria das mulheres não dispõe de privilégios para sonhadoras da escrita. Mas não é que encantam assim mesmo e com luzes de lampiões ou lamparinas, notebooks ou folhas finas...
Disse um cientista cognitivo, que o saber demasiado pode ser uma maldição para o escritor: “quanto mais ele for versado numa determinada área de conhecimento, mais tende a expressar numa linguagem especializada e hermética fugindo da linguagem de todos os dias.”
Ah! Quanto consolo nesta fala enquanto desembaralho as vistas da escrivaninha de onde quase não escrevo, mas admiro livros que possuo para alimentar os sonhos. Troco de lugares para escrever como para respirar. A escrita nos deixa menos a deriva e mais esperançados com a vida.
Ah! Admirável escritor, não tem como você deixar de ser uma luz que guia. Não fosse o já escrito e lido, paixão pela escrita, ninguém teria.
Marília L Paixão