Textos

GUACAMOLE - BVIW

 

 

 

Chove e chega a ser lindo o jeito que a chuva modifica o silêncio. Se bestar ela consegue até substituir cores. Penso nessas coisas enquanto minha amiga que não quer ser escritora de Instagram dorme faz tempo na cidade grande. Acho que gosto desta amiga o tanto que gosto de abacate ou de fazer conto. O último que estava pronto outra amiga disse que estava muito mais ou menos. - Ah! Se está mais ou menos, está bom. Foi o que eu disse. Ela riu.Talvez até concordasse. Mas percebi que não era dia de se contentar com pouco. Então resolvi fazer um sobre o tanto que gosto de abacate. Criaria uma personagem apaixonada por ele, que por sua vez o degustaria como numa canção de Chico Buarque:

 

Meu caro abacate me perdoe por favor

Se não lhe faço uma poesia

Mas como faço dessas linhas um portador, lhe tempero com admiração bem definida.

 

Nos dias de sol vai com limão e malagueta, na invernada uma açúcar e muita treta, mas o que quero lhe dizer é que a inspiração anda acesa.

 

Se for do seu desejo terminar em vitamina, tudo bem! Se tombar amassado, batido ou picado, irá do jeito que ao conto convém. Sem lágrimas de chuva ou de saudade. Guacamole de emoções pode ser coisa da idade.

 

Mais sorte teria se o abacate possuísse o brilho de uma bola de natal e passasse a enfeitar as árvores de todos os seres. De qualquer forma, na linha musical, tá tudo abacate sem você, mas sem vazio. Amizades verdejantes rejuvenescem após o estio.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 20/12/2022
Alterado em 21/12/2022
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