O abajur tombado não enxerga a bandeira da Inglaterra que enfeita o corredor. Os cadernos apertados de pé criticam a dona por escrever um pouco de tudo em cada um. Talvez algum poema quisesse pular para outro enquanto a maioria vira suporte para os rascunhos do BVIW. Talvez uma crônica besta não queira ficar ao lado de um conto dramático.
Como o tema é "quando chega o fim", pode até ser o fim deste caderno, de uma caneta ou de um vinho. Já reparou que canetas acabam bem quando esperamos mais delas? E as pilhas? Não gosto de falar das pessoas que acabam, principalmente das que amo.
Uma coisa deixarei escrito aqui sobre temas: nunca devemos explora-lós à exaustão ou eu continuaria citando todas as coisas que findam. E mesmo que não se tornassem tediosas, cansariam, porque o óbvio não traz novidade. O que faço então para salvar meu tema?
Volto para as pessoas que amo. Aquelas que não gosto de escrever a respeito por terem chegado ao fim. Elas nos despertam todos os sentimentos que nos levam às lágrimas. E aí elas começam a cair.
Marília L Paixão