Se fosse resolver a falta que o limão fez no guacamole, a falta que o sorvete de cupuaçu fez no açaí, tudo seria resolvido, mas não havia mais tempo.
Talvez melhor seria se eu não tivesse feito a pergunta: - tá gostoso, mãe?!
Ela respondera com a franqueza imediata de sempre: - Ah... tá muito não, parece que está faltando alguma coisa.
E estava mesmo! A irmã que a servira, respondeu logo: - está faltado leite condensado. Não! - Não era. Doce bastava o do açaí e das frutas, mais o do leite ninho. Faltando estava um pouco de sorvete, um pouco da mistura de outros sabores.
E depois me repreenderam porque rendi demais a falta que o sorvete fizera, afinal minha irmã não tinha culpa se ela tinha servido pouco das tantas opções que tinha. Mas se a culpa não fosse dela, seria de quem?
- Mas você pode ter magoado sua irmã com tanta reclamação, afinal, ela tem feito tanto por você.
- Mas a questão agora não sou eu nem ela. Minha prioridade era minha mãe. Fui eu quem a convidei pro Açaí. Este mimo era minha prioridade.
Reinou o silêncio no quarto de hotel. Pudera todos os problemas da vida fossem assim tão fáceis de resolver.