Escrevo antes que o ano novo se inicie. Procurarei palavras simples mediante uma placa de estrada dizendo que o prazer de receber era inenarrável. Como estava dirigindo, nem reparei de onde viera tão “fancy” ou “arcaica” inspiração.
Para um ano que já será novo. Fazer o quê com pensamentos velhos? Qualquer coisa que eu escreva hoje pertencerá ao ano passado. E este poderá soar como se fosse uma década atrasado. Farei o que então?
Falarei de sentimentos. Se tem uma coisa que não envelhece é este tal de sentir. Será que não?! Será que amar não cai em desuso? Para quem acabou a leitura de Verity, um romance que não recomendo; o amor se transforma e se disforma. Odiei. Li até o final para ver se teria alguma surpresa não previsível. Não tinha. O que não diminui os méritos da autora mas faz acender um sinal de alerta: cuidado com a ficção que se cria.
Aproveito que o texto é velho e não me preocupo com as linhas para relevar o amor bom e belo. Ele faz ciclismo ou vai ao cinema, ele cozinha ou brinda alguma coisa enquanto tento colher uma flor de esperança do asfalto. Esperança pode ser sinônimo de sonho. Duas palavras bonitas.
Marília L Paixão